quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Meu Pai Obaluaê - Alexandre Figueiredo Sant'Anna

Ele é um anjo do céu
Filho de Nanã Boruque
Quem cuida dos males da terra
Atoto Venha nos valer
Quem cuida dos males da terra meu pai
Atoto Obaluaê

Meu pai venha nos valer
Atotô Obaluaê

Ele é um velho sábio
Cuidador do fio da vida
Me ajoelho e imploro a ti
Sara todas as feridas
Me ajoelho e imploro a ti
Sara todas as feridas

Meu pai venha nos valer
Atotô Obaluaê

Saravá seu Omulú
Morador lá da calunga pequena
Com o mesmo amor que curaste a lepra
Guia os desencarnados perdidos na terra


terça-feira, 14 de setembro de 2010

Do Início ao Fim...

O melhor remédio para aquele que sofre de lagrimas é um simples espelho, sua face melancólica ferirá seu orgulho, e lhe dará a força da humilhação para continuar em pé.

Aquele que ignora sua face melancólica, tem apenas uma causa justificativa para tal: Perdeu seu orgulho, por amor ou por misericórdia.

Sou um homem que não ignora os fatos, e sim os exalta; que não sonha os sonhos, e sim os vive; e que não vive a vida, e sim a interpreta. Homens como eu, não precisam de fins, apenas os meios, para tornar sua vida gloriosa como um filme, cujo final apenas define ser bom ou ruim.

Quem se considera realista, responda-me: amas tua vida?

A morte pode cessar o sofrimento? Que idéia infantil, pior do que sofrer em vida é sofrer em morte sem oportunidades para reparar suas vergonhas e suas causas.

Eu amo, e desconheço o após a morte, acho que isso todos os homens tem em comum, muito mais do que aspectos físicos e biológicos. Aquele que ama e se jura digno de morrer por amor, é apenas um humano, e como todos nós, nos apegamos ao que conhecemos sem descrer no que não temos certeza.

Como seria o mundo sem Deus? Apocalíptico? Ou apenas corruptamente humano? Não são os deuses que interferem em nosso mundo, apenas nós mesmos. Deste modo, podemos crer, mas não os utilizar como razão.

Antes das toxinas, havia o carvão; antes do carvão, havia a pólvora; antes da pólvora, havia a espada; antes da espada, havia a lança; antes da lança, havia o porrete; antes do porrete, havia o punho... Antes do homem, havia a paz. Se não com concordam, apenas deixe-me respirar, andar pelas ruas e voltar vivo.


Sakura Moncrief. Em 16/06/2008. “Do início ao fim”.